quinta-feira, 30 de abril de 2009

The comedown.

Todas as noites tenho virado um monstro entre quatro paredes. Entre meus ombros e a minha cintura, sinto um buraco enorme, que toda vez que meu coração pulsa ele aumenta. Meus braços são lentos e trêmulos, deixando minhas mãos frias. É um vazio sólido, parece ter somente o buraco, sugando tudo o que existe por perto, deixando somente suas pulsações. Não sinto dor em andar, ou até mesmo um soco não doerá. Tremo, sinto frio e estou suando. Sinto-me fraca, incapaz de compreender o que está havendo em minha volta. "Você sempre volta com as mesmas notícias, eu queria ter uma bombá..." É a unica frase que ecoa. Acho que não estou voltando, continuo parada, fria, trêmula, enjoada, com um buraco no estômago, dor que não passa, é física, mas por quê? Outra bolinha nasce na minha mão e descobri que elas são stress. Que engraçado devo estar preocupada com o que eu nunca soube. Você está bem? Como deve estar se sentindo? O que acha disso tudo? Perguntas que não terei respostas, porque elas podem doer. Não tenho paciência, sou como uma criança inquietante à espera do seu brinquedo, com pais pobres sem condições de dar-lhe aquele brinquedo. Não considere, responda. Viva, fale, seja feliz, faça o abominante, esqueça, seja. Um dia, tudo isso passa, mas não pergunte-me quando nem para quem.

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